quarta-feira, 17 de junho de 2009

ACHAMOS INTERESSANTE ESSE VÍDEO POIS EXPLICA BEM O QUE É E AS DIFICULDADES DE UMA PESSOA DISLÉXICA

CADA UM NO SEU PRÓPRIO RITMO



Vinícius Lobo Camargo, 13 anos, nunca foi considerado um bom aluno. Para sua mãe, as notas baixas e a falta de concentração pareciam o sinal de pouco empenho nos estudos, já que o garoto vai muito bem em Matemática e se comunica com facilidade. Aos 9 anos, uma tia o levou a um centro especializado em dislexia para uma bateria de exames neurológicos, fonoaudiológicos e psicológicos. O resultado dos testes apontou dislexia severa. “Eu nunca gostei muito de ler e escrever, mas estou provando que essa doença não me impede de aprender”, diz o menino. Hoje, Vinícius não toma nenhum tipo de medicação e freqüenta a 7ª série numa escola pública de São Paulo. Quando necessário, faz sessões de psicopedagogia e participa de aulas de reforço. “A dislexia não me impede de aprender e passar de ano. Sou um aluno normal, mas que precisa de mais tempo para acompanhar a turma. Qual o problema?”


segunda-feira, 15 de junho de 2009

O QUE É DISLEXIA?



Dislexia, antes que qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente...

Dislexia é uma palavra grega que quer dizer distúrbio de linguagem, ou seja, a pessoa com dislexia tem dificuldade na aprendizagem, tanto no que diz respeito ao ritmo como na qualidade da aquisição das habilidades de leitura, soletração, escrita, fala, em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculo matemáticos, como na linguagem corporal e social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos. Isto não quer dizer que crianças disléxicas são menos inteligentes; aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria da população. Na verdade, causa da dislexia está relacionada com o processamento de informações, que ocorre diferentemente no cérebro de quem apresenta o distúrbio. Diferentemente de outras pessoas que não sofrem de dislexia, disléxicos processam informações em uma área diferente de seu cérebro; não obstante, os cérebros de disléxicos são perfeitamente normais. A dislexia parece resultar de falhas nas conexões cerebrais.




DIAGNÓSTICO



O diagnóstico consiste na análise do paciente, geralmente por equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, etc.), excluindo outras possíveis causas. Tal avaliação permite que o acompanhamento seja feito de forma mais eficaz, já que leva em consideração suas particularidades individuais.A síndrome geralmente é detectada na infância e se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".O papel do professor é muito importante, especialmente na fase de alfabetização. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança.A história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita são indicadores importantes para o diagnóstico precoce da dislexia. Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral. Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos,psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas.

CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS COM DISLEXIA


A dispersão é a primeira característica a ser percebida entre as crianças com dislexia. Elas demonstram dificuldades em manter a atenção durante a realização de atividades. Geralmente é perceptível no início da alfabetização e pode ser confundida com inteligência baixa ou desmotivação.Características predominantes:*dificuldades com a linguagem e escrita ;*dificuldades em escrever;*dificuldades com a ortografia;*lentidão na aprendizagem da leitura.Haverá muitas vezes :*disgrafia (letra feia);*discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;*dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização’;*dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;*dificuldades para compreender textos escritos;*dificuldades em aprender uma excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;*Bom desempenho em provas orais.3.2. Adultos com dislexiaSe não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará as seguintes dificuldades:*Continuada dificuldade na leitura e escrita;*Memória imediata prejudicada;*Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua; *Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);*Dificuldade com direita e esquerda;*Dificuldade em organização. segunda língua.Haverá às vezes:*dificuldades com a linguagem falada;*dificuldade com a percepção espacial;*confusão entre direita e esquerda.3.1. Características de acordo com a fase escolarÉ importante o professor ficar atento caso o aluno apresentar os sintomas relacionados abaixo. O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que a criança seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.3.1.1. Pré-escola*Dispersão;*Fraco desenvolvimento da atenção;* Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;*Dificuldade em aprender rimas e canções;*Fraco desenvolvimento da coordenação motora;*Dificuldade com quebra cabeça;*Falta de interesse por livros impressos.3.1.2. Idade escolarNesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos prejuízo emocional.*Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;*Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);*Desatenção e dispersão;*Dificuldade em copiar de livros e da lousa;*Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);*Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;*Confusão entre esquerda e direita;*Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...*Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;*Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...*Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..*Dificuldade na matemática e desenho geométrico;*Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias) *Troca de letras na escrita;*Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;*Problemas de conduta como: depressão, timidez

TRATAMENTO


Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la.Alguns estudos sugerem que um tratamento adequado, administrado ainda cedo na vida escolar de uma criança, pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais ao ponto que elas desapareçam por completo.Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida.

DISLEXIA E PROBLEMAS EMOCIONAIS



Em geral os problemas emocionais surgem como uma reação secundária aos problemas de rendimento escolar. Crianças disléxicas tendem e exibir um quadro mais ou menos típico:*Uma atitude depressiva diante das suas dificuldade, a criança mostra-se deprimida, triste e culpada;*A recusa de situações e atividades que exigem a leitura e a escrita, devido ao temor de viver novamente uma experiência de fracasso;*Uma atitude agressiva e pejorativa diante de seus superiores e iguais, revelando negativismo, agressividade e hostilidade com seus professores e colegas adiantados na escola;*Uma sensação de antipatia relativamente à leitura;*Diminuição da auto-estima;*Sentimento de insegurança, de vergonha e desespero como resultado do seu sucessivo fracasso;*Reduzida motivação para as atividades que impliquem a mobilização de competências acadêmicas.O esforço de lutar contra as dificuldades, a censura e a decepção às vezes leva a criança disléxica a manifestar sintomas como dores abdominais, de cabeça ou transtornos de comportamento (comportamentos anti-sociais, agressividade, marginalização progressiva ).

DISLEXIA NA SALA DE AULA


Lidando com um aluno disléxico, o professor deve ter conhecimento e sensibilidade. Algumas estratégias podem usadas para facilitar o aprendizado do aluno disléxico:•uso freqüente de material concreto: relógio digital, calculadora, gravador, Material Curisineire e Material Dourado; •confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha; •uso de gravuras, fotografias (a imagem é essencial para sua aprendizagem); •folhas quadriculadas para matemática; •máscara para leitura de texto;•letras com várias texturas; •fazer revisões freqüentemente; •evitar ou dar mais tempo para que copie do quadro, pois isso é sempre um problema; •para ler palavras longas, ensinar a separá-las com uma linha a lápis; •não forçar a modificar sua escrita, pois ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo; •dar menos dever de casa e avaliar a necessidade e aproveitamento deste; •dar um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas; •sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que lhe foi dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória; •usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas; •uma língua estrangeira é muito difícil para eles; fazer suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas; •a criança disléxica deve sentar-se próxima à professora, de modo que a professora possa observá-la e encorajá-la a solicitar ajuda; •não esperar que ela use corretamente e autonomamente um dicionário para verificar como é a escrita correta da palavra. A habilidade de uso de dicionário deve ser cuidadosamente ensinada; •evitar dar várias regras de escrita numa mesma semana. Por exemplo, os vários sons do "C" ou "G". Dar lista de palavras com uma mesma regra para a criança aprender, sendo uma a cada semana.A professora deve ter muita sensibilidade para que suas atitudes não diminuam a autoestima do aluno disléxico, já tão frágil. Algumas atitudes e comportamentos podem ser feitos para isso:•evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe; •ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo;•suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas;•demonstrar paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo; •não riscar de vermelho seus erros ou colocar lembretes tipo: estude! precisa estudar mais! precisa melhorar!; •procurar não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz; •não considerar as trocas na escrita como erro por falta de cuidado, tirando pontos de seu trabalho; •procurar não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima. Nunca é tarde demais para ensinar uma criança a ler. Toda criança precisa de apoio e paciência e mais ainda o aluno disléxico. Ele precisa de mais compreensão com suas dificuldades e atenção individualizada sempre, por mais difícil que seja.

A DISLEXIA NO BRASIL

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.No âmbito das instituições da Educação Básica, no Brasil, relatos de professores registram situações em que crianças, aparentemente brilhantes e muito inteligentes, não podem ler, escrever nem têm boa ortografia para idade. Nos exames vestibulares, as comissões executivas descrevem casos "bizarros" (às vezes, motivo de chacotas) em que candidatos apresentam baixo nível de compreensão leitora ou a ortografia ainda é fonética (baseada na fala) e inconstante. Assim, urge a realização de testes de leitura nas escolas públicas e privadas, desde cedo, de modo a diagnosticar e avaliar a dificuldade de leitura.Por trás do fracasso escolar ou da evasão escolar, sempre há fortes indícios de dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Nos casos de abandono escolar, em geral, também, verificamos crianças que deixam a escola por enfrentarem dificuldades de leitura e escrita